Publicado Mai 06, 2025
Indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação na psicoterapia de pessoas adultas
Alexandre Aguiar Victuri
Pesquisador independente
alevicturi@gmail.com
Denise Rocha Belfort ArantesBrero
Diretora do Núcleo Paulista de atenção à superdotação
drbarantes@gmail.com
RESUMO
A invisibilidade da condição de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) é a primeira barreira a ser vencida para o desenvolvimento de práticas de inclusão sensíveis às necessidades dessas pessoas. Destaca-se que essa invisibilidade fica ainda mais evidente na fase adulta, quando o contexto escolar não mais se faz presente como um possível espaço de identificação. Isso se agrava ainda mais pela escassez de estudos sobre AH/SD na vida adulta. Por conta disso, faz-se necessário refletir sobre outros possíveis espaços de identificação e cuidado de pessoas superdotadas na fase adulta. Este trabalho propõe que, a partir de um conhecimento básico de psicoterapeutas sobre as AH/SD, a psicoterapia poderia funcionar como um contexto propício para sinalizar a possibilidade da superdotação e cuidar das demandas de pessoas superdotadas. São apresentados indicadores comportamentais da superdotação, que podem ser observados em um processo psicoterapêutico, sendo sugeridos encaminhamentos possíveis a partir dessa observação. Por fim, também é indicado o processo de psicoterapia como uma forma de atendimento e cuidado a pessoas superdotadas.
Palavras-chave: altas habilidades; superdotação; adultos; identificação; psicoterapia.
Como citar
Victuri, A. A. & Arantes-Brero, D. R. B. (2025). Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação na psicoterapia de pessoas adultas. Revista Neurodiversidade, 6(1), 1-13.
Edição
V. 6, n. 1 (2025): Revista Neurodiversidade (ISSN 2764-5622)
Copyright ©
Todos os direitos reservados
A revista detém os direitos autorais exclusivos de publicação deste artigo nos termos da lei 9610/98.
A reprodução total é expressamente proibida.
A reprodução parcial é permitida sendo obrigatória a citação dos autores e da revista.
REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association. (2022). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5ª ed., texto revisado). Artmed.
Alexopoulou, A., Batsou, A., & Drigas, A. (2019). Resilience and academic underachievement in gifted students: causes, consequences and strategic methods of prevention and intervention. International Journal of Online and Biomedical Engeneering, 15 (14), 78-86. https://doi.org/10.3991/ijoe.v15i14.11251.
Arantes-Brero, D. R. B. (2016). Os talentos e a cultura: a trajetória de Anita Malfatti. Revista Educação Especial, 29(55), 399–412. https://doi.org/10.5902/1984686X19169.
Arantes-Brero, D. R. B (2024). Superdotação na Fase Adulta: Uma Visão Multidisciplinar para Melhor Compreender o Perfil da Pessoa Superdotada. Juruá Editora.
Branco, A. P. S. C., Tassinari, A. M., Conti, L. M. C., & Almeida, M. A. (2017). Breve histórico acerca das altas habilidades/superdotação: políticas e instrumentos para a identificação. Educação, 7 (2), 23-41.
Branco, C. F., Nascimento, G. C. G., & Trotta, L. (2017). Os superdotados na educação brasileira: o lugar do invisível. Revista Carioca de Ciência, Tecnologia e Educação, 2 (2), 1-11. https://doi.org/10.17648/2596-058X-recite-v2n2-4.
Brasil (1996). Lei No 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.
Brasil (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Grupo de Trabalho da Política Nacional de Educação Especial. Brasília. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.
Brasil (2009). Resolução No 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf.
Brasil (2011). Decreto No 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm.
Conselho Federal de Psicologia. (2022). Cartilha avaliação psicológica. Brasília. https://site.cfp.org.br/publicacao/cartilha-avaliacao-psicologica-2022/.
Conselho Federal de Psicologia. (2022). Reflexões e orientações sobre a prática de psicoterapia. Brasília. https://site.cfp.org.br/publicacao/caderno-reflexoes-e-orientacoes-sobre-a-pratica-da-psicoterapia/.
Eren, F., Çete, A. Ö., Avcil, S., & Baykara, B. (2018). Emotional and behavioural characteristics of gifted children and their families. Noro Psikiyatri Arsivi, 55(2), 105-112. https://doi.org/10.5152/ npa.2017.12731.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). (2024). Resultados do Censo de Educação Básica. Diretoria de Estatísticas Educacionais.
Matos, D. M., Moreira, L. C., & Kuhn, C. (2021). Jovens superdotados na educação superior: um desafio para a docência. APRENDER - Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, (26), 198-214. https://doi.org/10.22481/aprender.i26.8632.
Marland, S. P. (1972). Education of the gifted and talented. Report to the Congress of the United States. Government Printing Office, Washington, DC.
Nakano, T. C., Negreiros, J. R., & Fusaro, L. H. (2025). Práticas na identificação das altas habilidades/superdotação segundo relato de profissionais que atuam na área. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 33 (126), 1-24. https://doi.org/10.1590/S0104-40362025003304246.
Neumann, P. (2024). A identidade em mulheres negras superdotadas adultas. In D. R. B. Arantes-Brero (Org.), Superdotação na fase adulta: uma visão multidisciplinar para compreender o perfil da pessoa superdotada (pp. 87-102). Juruá.
Oliveira, L. L. S. (2021). A importância da identificação dos superdotados e o cenário atual das altas habilidades no Brasil. Munich Personal RePEc Archive, (110101), 1-19. https://mpra.ub.uni-muenchen.de/110101/.
Oliveira, J. C., Barbosa, A. J. G., & Alencar, E. M. L. S. (2017). Contribuições da teoria da desintegração positiva para a área de superdotação. Psicologia: teoria e pesquisa, 33, 1-9. https://doi.org/10.1590/0102.3772e3332.
Organização Mundial da Saúde. (2020). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (11ª ed.). https://icd.who.int/.
Pasarín-Lavín, T., García, T., Abín, A., & Rodríguez, C. (2024). Neurodivergent students. A continuum of skills with an emphasis on creativity and executive functions. Applied Neuropsychology: Child, 1-13. https://doi.org/10.1080/21622965.2024.2406914.
Pederro, M de F. P., Arantes-Brero, D. R. B., Silva, R. V., Cunha, A. M. T., Goncalves, L. F., Campos, E. B. V., & Neme, C. M. B. (2017). Revisão das produções científicas sobre altas habilidades/superdotação no Brasil no período de 2011 a 2015. Revista Educação Especial, 30(58), 499-514. http://doi.org/10.5902/1984686X23003.
Pérez, S. G. P. B., & Freitas, S. N. (2016). Manual de identificação de altas habilidades/superdotação. Apprehendere.
Reis, V. L., & Capellini, V. L. M. F. (2021). Transtorno do espectro do autismo e superdotação: uma revisão integrativa da literatura sobre esta dupla condição. In F. H. R. Piske & K. H. Collins (Org.), Autismo, superdotação e dupla excepcionalidade (pp. 53-69). Juruá.
Renzulli, J. S. (1978). What Makes Giftedness? Reexamining a Definition. Phi Delta Kappan, 60 (3), 180-184.
Rinn, A. N., & Bishop, J. (2015). Gifted adults: a systematic review and analysis of the literature. Gifted Child Quaterly, 59 (4), 213-235. https://doi.org/10.1177/0016986215600795.
Sabatella, M. L. (2024). Superdotados na maturidade – Impactos e desafios. In D. R. B. Arantes-Brero (Org.), Superdotação na fase adulta: uma visão multidisciplinar para compreender o perfil da pessoa superdotada (pp. 53-70). Juruá.
Schmengler, A. R., Negrini, T., & Pavão, S. M. O. (2023). A (in)visibilidade das altas habilidades/superdotação na educação superior. Perspectiva, 1 (3), 1-23. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2023.e91621.
Silva, L. B. C. (2005). A psicologia na saúde: entre a clínica e a política. Revista do Departamento de Psicologia - UFF, 17 (1), 79-92. https://doi.org/10.1590/S0104-80232005000100006.
Virgolim, A. (2021). As vulnerabilidades das altas habilidades e superdotação: questões sociocognitivas e afetivas. Educar em Revista, 37 (e81543), 1-21. https://doi.org/10.1590/0104-4060.81543.
Winner, E. (1998). Crianças superdotadas: mitos e realidades. Artes Médicas.