Publicado Dez 01, 2024
Novas perspectivas psicanalíticas para o tratamento de pessoas autistas
Débora Franke
Psicóloga clínica e psicanalista
Tatiana Gomes
Psicóloga e psicanalista
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo apresentar as elaborações teóricas da psicanálise contemporânea sobre o autismo, situando uma importante mudança de paradigma quanto às antigas elaborações que davam ênfase à posição dos cuidadores para a etiologia do autismo, especialmente no que concerne à figura da mãe. Através da metodologia de revisão bibliográfica, traz o conceito de Borda Autística, do psicanalista francês Jean-Claude Maleval, que transforma a teoria a partir de sua clínica e da leitura de biografias de pessoas autistas, passando a dialogar com a noção de espectro presente nas neurociências e, assim, propõe novos olhares em relação ao manejo clínico com estes pacientes. Partindo do entendimento do autismo enquanto uma quarta estrutura psíquica e considerando as diferentes relações com a linguagem que os sujeitos autistas podem construir a partir dos elementos da Borda Autística (duplos, ilhas de interesse/competência e objetos autísticos), apresenta novas contribuições que a psicanálise, enquanto práxis e sua ética, pode oferecer para o tratamento de pessoas autistas no manejo de seu sofrimento psíquico, bem como no acompanhamento de seus familiares. Articula essa revisão bibliográfica com exemplos extraídos de biografias de pessoas autistas e finaliza com contribuições da ideia de psicanálise híbrida, de Thamy Ayouch, sublinhando a importância do diálogo com outros campos de saber.
Palavras-chave: autismo; psicanálise; borda autística; autobiografias.
Como citar
Franke, D. e Gomes, T. (2024). Novas Perspectivas psicanalíticas para o tratamento de pessoas autistas. Revista Neurodiversidade, 5(1), 1-23.
Edição
V. 5, n. 1 (2024): Revista Neurodiversidade (ISSN 2764-5622)
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